Processo criativo, desenvolvimento e gerenciamento de produtos para Smart TV
O mercado de Smart TVs cresce em ritmo acelerado. Nos últimos anos ultrapassaram o número de TVs convencionais, representando 73% das vendas de televisores em 2017. Além disso, cerca de 91% dos consumidores possuem a TV conectada à internet.
User Experience (UX)
O primeiro passo é pesquisar mais sobre o perfil dos usuários, identificar suas personas. O público-alvo pode ser o mais variado possível, desde um usuário que respira tecnologia, até um senhor que acabou de adquirir a sua primeira Smart TV e não sabe nem instalar um aplicativo.
É preciso entender as dores e frustrações dos usuários, pois cada perfil tem suas particularidades, curva de aprendizado e até mesmo diferentes graus de curiosidade (usuário explorador, passivo, etc). Tudo isso precisa ser tratado para minimizar problemas ou impedimentos ao interagir com seu aplicativo.
Além do usuário, que é parte essencial do processo, existem alguns guidelines que irão melhorar a interface e a usabilidade dos aplicativos:
1. Distância
A distância média entre o usuário e a televisão é de aproximadamente 3 metros, e por mais que existam televisores enormes, a disposição dos elementos poderão torná-los pequenos e pouco confortáveis aos olhos do quem vê. Pontos de atenção:
- Tamanho das fontes, botões, cores e ícones;
- Affordances e Destaques (elemento que está com foco);
2. Navegação
É importante lembrar que o controle de uma televisão tem suas limitações e não possui os recursos de um teclado. Sendo assim, pensar em uma navegação simples e objetiva é essencial. Por exemplo, explorar sempre o recurso do botão “Voltar”, já que em muitas vezes é utilizado como botão de escape, caso o aplicativo trave.
Navegações mega complexas e que envolvam combinações de botões devem ser evitadas, pois podem confundir o usuário e levá-lo a desistência.
3. Foco
Mudanças no tamanho, cor e borda são as principais características utilizadas para ajudar o usuário a se localizar na tela. Levando em conta a diversidade de usuários que podem utilizar as aplicações, esse item tem prioridade alta na hora de planejar a interface.
Pense no seguinte cenário: o usuário está navegando no aplicativo e foi ao banheiro, quando retornar a interface do aplicativo deve lhe mostrar onde foi sua última ação, para que ele volte a navegar sem nenhum impacto.
User Interface (UI)
1. Simplicidade
Tema universal na hora de se criar uma interface. Telas cheia de conteúdos e navegações complexas tendem a dificultar o entendimento e facilidade do usuário em encontrar as informações.
É nítida a diferença entre as estruturas e quantidade de informações nos exemplos abaixo. A segunda tela possui muito mais complexidade e sobreposição de interações.
2. Continuidade
Seguindo a lei da continuidade de Gestalt, é muito importante dar a noção ao usuário de que há mais informações. Uma forma simples de fazer isso, por exemplo, seria “cortando” o último elemento de um card, de modo que ele saiba que é possível navegar além do que já está exibido na tela.
3. Proximidade
Mantenha os elementos na tela sempre agrupados (outra lei de Gestalt), de forma que o usuário consiga interpretar os diferentes tipos de conteúdo, independente da distância que ele estiver do dispositivo. Quanto menor for a distância entre os elementos, mais agrupados eles estarão.
Development
1. Web Hosted App
Disponibilizar novas versões aos usuários, quando o app é nativo, exige percorrer um moroso processo de validação e publicação via seller stores. Nesse caso, novos lançamentos oriundos de demandas de negócio emergentes, podem ser inviabilizados. Já a abordagem web hosted traz muita flexibilidade e agilidade a esse processo.
Compor e configurar um time de desenvolvimento não é tão custoso, caso a maioria das atividades demandadas tenham como premissa conhecimento e habilidade em desenvolvimento web “clássico” (html, css e js).
2. Web Caching
Acelerar e aumentar a performance da aplicação. A cada nova requisição, são utilizados os dados estáticos armazenados em cache, que não sofreram mudanças. Além da economia de tempo necessário para baixar os arquivos, evita-se um aumento excessivo dos custos ($$$) de cloud.
3. Feature Flag
Habilitar/desabilitar funcionalidades críticas ou de alto risco ao projeto, de maneira ágil e sem necessidade de disponibilizar uma nova versão do app aos usuários. Caso a disponibilização de alguma funcionalidade dependa de questão contratuais, que serão resolvidas ao longo do projeto, utilizar essa abordagem provê flexibilidade, segurança e apoio ao negócio.
Conclusões
- Nem tudo no mundo é touchscreen, mude seu mindset.
- Ainda existe muita coisa que não possui pattern ou referência.
- Entenda qual é o público alvo da aplicação.
- A interação com os desenvolvedores é essencial em diversos pontos do processo, desde discussões sobre navegação, até como as informações serão trazidas pela API.
- Testar! Nunca deixe de aplicar testes de usabilidade ao produto, pois é essencial para validar se a solução está aderente às necessidades do público-alvo.